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CONSTRUÇÃO NUM CONTEXTO ECONÓMICO



CONSTRUÇÃO NUM CONTEXTO ECONÓMICO
Para qualquer construção, requer analisar a questão de economia para, em menos custos, fazer-se algo estimável. Para tal, tem-se os seguintes aspectos a tomar em conta:
Na escolha do terreno
·         Escolha, de preferência, um terreno plano, pois isso representará muita economia com obras de terra, fundações e estruturas de concreto, além de reduzir a zero os custos com contenções de protecção;
·         A avaliação da resistência do solo também é muito importante. Para isso contrate uma empresa de sondagem. Caso o resultado apresente um solo de boa resistência superficial, e sendo a casa a construir de apenas um pavimento, por exemplo, será possível utilizar uma fundação tipo baldrame corrido, que consome menos ferragem e utiliza um concreto mais barato;
·         Não se precipitar em fazer obras de terra como terraplanagens e cortes antes dos projectos de arquitectura e estrutural estarem prontos e sem a orientação de um engenheiro, pois poderá perder-se dinheiro com serviços desnecessários. O arquitecto poderá tirar proveito da topografia e dos acidentes naturais do terreno fazendo um projecto adequado para ele, economizando com redução das obras de terra;
No projecto
·         É altamente recomendável investir na contratação de um arquitecto ou um engenheiro civil, de forma a se ter um projecto bem elaborado. Os erros durante a execução que podem ocorrer pela ausência de projectos representam custo muitas vezes bastante elevados. Informa-se também a este profissional o quanto se pretende gastar com a construção;
·         Conversa-se com o seu arquitecto o mais francamente possível, fornecendo-lhe todos os detalhes da vida diária, hábitos do cliente e seus familiares, de maneira que o projecto arquitectónico seja bem adaptado ao seu estilo de vida. Projectar cómodos especiais, como adegas e salas de jogos, somente são viáveis economicamente se foram usados; de outra forma somente trarão encarecimento à construção;
·         Revisar o projecto e esclarecer todas as dúvidas até o fim é um bom procedimento. É muito mais fácil e barato solucionar erros e pedir mudanças na fase do projecto do que derrubar paredes durante a obra;
·         Não pensar que, por exemplo, casas térreas são mais baratas que casas com dois ou três pavimentos pois utilizam fundações menores e estruturas de concreto mais simples. Realmente existe economia neste item, entretanto, analisando-se dois projectos de mesma área construída, uma casa de um pavimento e outra de dois, a área de telhado na primeira será o dobro da segunda casa, e o custo do m2 de telhado é um dos mais caros na construção. Além disso a quantidade de sapatas pode dobrar;
·         Evitar recortes no telhado pois isso representa elevação de custos de material e mão-de-obra;
·          Procurar concentrar banheiros e cozinha numa mesma área pois isso permite optimizar o uso da tubulação hidráulica necessária;
·         Um projecto cheio de recortes encarece a estrutura, dificulta a execução dos serviços, requer mais material e representa mais área de revestimento e pintura;
·         Esquadrias são elementos caros na construção. Utilizar com parcimónia portas e janelas ao projectar uma construção. Às vezes pode-se utilizar apenas uma abertura em vez de projectar uma porta. Ou elementos vazados em vez de janelas.
No planeamento
·         Planejar o início da obra, se possível, para o final do período das chuvas. Executar fundações e serviços externos em períodos chuvosos prejudica sobremaneira o andamento dos trabalhos, encarecendo a mão-de-obra;
·         Depois que o projecto estiver completamente definido, é necessário um panejamento da obra. Elaborada em conjunto com o profissional responsável pela obra, uma planilha pode registrar a ordem de execução dos serviços, duração e custo de cada fase da obra, evitando-se gastos com mão-de-obra e/ou materiais não necessários no momento;
·         O fluxo de caixa deve ser controlado para não correr o risco de parar a obra por falta de dinheiro. Anotar na planilha todos os gastos e sempre guardar recibos e notas fiscais, pois eles serão úteis para declaração do Imposto de Renda e para enfrentar eventuais problemas legais;
·         Mesmo que os materiais de acabamento ainda não tenham sido escolhidos, devem ser anotadas na planilha especificações dadas por quem fez o projecto, como tamanho, espessura, tonalidade, classe de erosão e nível de absorção de água das cerâmicas, o mesmo valendo para outros itens, como madeira e carpete, poupando tempo na hora de pesquisar e comprar.
Na contratação de mão-de-obra
·         Dar preferência a profissionais conhecidos ou indicados por amigos ou parentes; se possível, é bom ver um trabalho pronto;
·         Os operários podem ser escolhidos por você ou pelo seu arquitecto ou engenheiro. Tendo mais de uma equipe confiável deve-se pedir o orçamento de ambas para decidir. Em todo caso não se esqueça que a supervisão do engenheiro civil ou do arquitecto é indispensável para a qualidade da obra e para evitar aborrecimentos e custos;
·         Determinar uma forma de pagamento baseada na produção, estabelecendo assim que o pagamento da mão-de-obra ficará condicionado ao cumprimento de determinadas etapas e prazos.
Na compra de materiais
·         Fazer cotações de materiais pedindo orçamentos em diversas casas de materiais de construção. Pesquisar também em lojas de materiais de demolição e cemitérios de azulejos. Neles é possível encontrar muita coisa em bom estado e por um bom preço. Mas preste atenção para não ser enganado; em algumas casas de material de demolição costumam cobrar mais caro que mercadoria nova;
·         Fazer a pesquisa levando em conta os parâmetros estabelecidos pelo profissional que elaborou o projecto, tentando achar a melhor relação entre qualidade e preço (não esquecendo que, além do custo de construção, há também um de manutenção, ou seja, materiais de baixa qualidade só são economia a curto prazo, e em pouco tempo a obra começará a apresentar problemas);
·         Às vezes, é possível fechar um pacote para a compra de uma grande quantidade de materiais numa única loja e, assim, negociar um desconto ou o pagamento a prazo. Às vezes é possível fazer combinando com vizinhos que estejam construindo por perto, e fazendo pedidos maiores;
·         Se optar por comprar materiais de acabamento com antecedência não se deixa de considerar uma margem de aproximadamente 12% de sobras para cobrir quebras e consertos futuros;
·         Observar o prazo de validade de materiais como o cimento. Não deve ser armazenada muita quantidade nem com muita antecedência (a planilha ajuda essa programação);
·         O material deve estar protegido da chuva, vento e outras intempéries. A madeira e o cimento, por exemplo, devem estar cobertos e protegidos de umidade, em local ventilado. Evitar deixar materiais em caixas de papelão ao relento.
Na execução da obra
·         Exigir organização no canteiro de obras. Bagunça, entulhos em demasia, ferramentas e materiais espalhados, tábuas com pregos, etc. são sinónimos de desperdícios, acidentes e custos;
·         A execução da obra deve ser acompanhada diariamente pelo engenheiro ou arquitecto contratado para esse fim. Qualquer erro na execução dos serviços pode resultar em ter que demolir e construir novamente;
·         O projecto deve ser seguido à risca. Qualquer alteração deverá ser comunicada ao engenheiro da obra, que verificará as implicações em outros elementos do projecto. Por exemplo, o deslocamento de um tubo pode ocasionar a sua passagem por uma viga, ocorrência não prevista no projecto estrutural.
Por fim, o mais essencial de tudo, é fazer uma grelha de actividades com respectivos custos.

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